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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

DEUSES

Aquilo que diferencia o reino hominal (ser humano) do reino animal é a nossa individualidade. No reino animal não existe a individualidade. Os animais compartilham do conceito de “alma grupo”, que é o mesmo conjunto de animais que compartilham a mesma alma, ou seja: vários animais fazem parte de uma única alma que se fragmentou em várias partes. É por isto que, às vezes, vemos cardumes de peixes nadando em sincronia, parecendo um nado sincronizado, e este movimento só consegue ser tão sincronizado porque eles são o mesmo ser. É por isto que, às vezes, vemos pássaros voando naqueles movimentos fantásticos e migratórios, fazendo quase que um balé no ar, porque eles são o mesmo ser, que possuem uma mesma alma que se dividiu em unidades físicas ou corpos diferentes.
Então, o que diferencia o reino animal do reino hominal é a “complexidade da alma”, ou seja, a personalidade. Mente e emoção. Animais agem por instinto e o ser humano age por impulso ou emoção.
O nosso trabalho enquanto seres humanos é evoluirmos para que aja a conexão direta entre nossa alma (mente e emoção) - aquilo que a gente vai construindo durante a nossa jornada, experiência de vida e caminhada neste planeta - com o nosso Espírito. Fazermos com que aja uma comunhão consciente entre nossa Alma e nosso Espírito.
O que nos diferencia, primordialmente, dos animais é a nossa individualidade. É a capacidade que nós temos de termos uma personalidade única e uma alma única, para que a nossa vida física já nasça com extrema complexidade. 
A vida animal é simples: Nascer, Crescer, Reproduzir e Sobreviver. A vida humana tem este aspecto animal, que é nascer, crescer, sobreviver e reproduzir, só que, além destes, buscamos evoluir, aprender, compartilhar, ter compaixão, amar, odiar, rejeitar, aceitar, fugir etc. A vida humana é muito mais complexa do que a vida animal.
Portanto, para construirmos cada vez mais este caminho que faça esta conexão entre a nossa Alma e nosso Espírito, o que devemos fazer é SIMPLIFICAR. Porque ser feliz é muito fácil. Ser feliz é simples. O difícil é ser simples. 
Quando começamos, conscientes, a elevar nossa Alma de encontro ao nosso Espírito, passamos a compreender que amar demais e odiar demais são extremos que causam o mesmo mau. Aceitar demais e rejeitar demais são extremos que causam o mesmo mau.
Quando começamos a nos equilibrar; Quando começamos a não pendermos nem para um lado e nem para o outro; Quando começamos a perceber que o caminho do meio, o caminho reto é que nos conduz ao encontro com nosso Espírito, que é a Centelha Divina; E quando entendemos que a nossa meta é transformarmos a nossa vida em uma vida menos complexa, mais profunda e consciente, nos conectamos ao nosso Espírito e nos tornarmos Deuses.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

COGUMELOS MÁGICOS

Em minha adolescência e juventude eu fui como qualquer outro garoto normal é. Sempre fui muito ativo e curioso. Gostava de sair com os amigos para as baladas, conhecer pessoas diferentes e me divertir. Conheci e experimentei muitas “coisas” e uma delas foi o COGUMELO MÁGICO. Só que nesta época eu era um cara meio bobão e não era muito sensível para as coisas da natureza e sobre a espiritualidade. Eu usava porque meus amigos usavam e apenas queria ficar chapado. Não havia um propósito e não havia uma preparação adequada para o consumo do chá. Às vezes, eu pegava os COGUMELOS no pasto e ali mesmo eu os comia junto com meus amigos. Quanta idiotice e ingenuidade!
Passado algum tempo eu enjoei daquilo e parei de tomar o chá. Fui crescendo; fui evoluindo mentalmente e espiritualmente; fui conhecendo mais sobre mim mesmo e sobre o universo; fui me interessando mais pela vida e pela expansão de minha consciência; enfim, eu fui me tornando uma pessoa melhor e mais sábia.
Hoje eu estou com 32 anos de idade e bastante maduro e consciente sobre o meu papel a desempenhar aqui neste planeta. Me casei e vim morar na “roça”. Moro num lugar bem afastado da cidade e do movimento urbano e vivo uma vida tranquila. Aqui temos de tudo que um lugar na roça tem. Temos flores, grama, frutas, mata virgem, cachoeira, animais de estimação, poço de peixe, tudo isto na porta de minha casa. Eu não possuo, mas tem os outros parentes que tem pasto e vacas para produzirem leite. Não são muitas, mas têm algumas.
Aqui, neste maravilhoso lugar, eu fui procurado pelos COGUMELOS MÁGICOS mais uma vez. DESTA VEZ NÃO FUI EU QUEM FOI ATRÁS DELES E SIM ELES QUE VIERAM AO MEU ENCONTRO ATRAVÉS DE VISÕES E DE SONHOS CADA VEZ MAIS INTENSOS. Através destes sonhos eu comecei a pesquisar mais sobre enteogenia e sobre seus benefícios. Passei alguns meses fazendo várias pesquisas e decidi voltar a tomar o CHÁ DE COGUMELO MÁGICO.
Através dos sonhos que tive, eu consegui chegar onde os COGUMELOS estavam me esperando. Colhi alguns e fiz um chá pouco concentrado e irei contar a experiência que tive:
“O dia eu não lembro direito, mas lembro que foi às sete horas da manhã que eu tomei o chá. Eu me levantei antes das sete, quando o sol estava começando a nascer no horizonte, e fui caminhando em direção ao pasto para colher os COGUMELOS. Durante esta caminhada eu fui falando comigo mesmo que se fosse para eu encontrá-los, era para eu encontrar os mais bonitos e belos possíveis. Dizia mentalmente que eu estava pronto e que iria fazer o melhor uso possível daquele chá mágico.
Fui caminhando lentamente e quando cheguei ao local, parei, respirei fundo e disse que estava pronto. Após alguns minutos procurando eu encontrei um monte de cogumelos juntos e fiz uma pesquisa se eram aqueles mesmos que eu precisava. Colhi-os e trouxe para casa.
Chegando em casa eu fui lavá-los e cortá-los. Coloquei-os numa panela com água gelada, liguei o fogo baixo e deixei até ferver. Fervido, coei e deixei esfriar um pouco e fui me preparar para ingeri-los.
Após um breve ritual espiritual pessoal, e às 7 da manhã, eu tomei um copo do chá e relaxei. Dei uma breve caminhada ao redor de minha casa e me sentei num banco que ficava em frente para a mata virgem onde desce uma linda Cachoeira. Fiquei contemplando aquela paisagem enquanto esperava o efeito bater.
Após meia hora a psilocibina começou a bater. Sensações de calma e leveza foram tomando conta de meu corpo e minha audição e visão começaram a ficar mais sensíveis. Eu comecei a enxergar formas que antes eu não enxergava e a ouvir barulhos que antes eu não ouvia. Ouvia o canto dos pássaros lá no horizonte, bem longe mesmo, ouvia as galinhas, cachorros, vacas, e nada disto me incomodava. O barulho da Cachoeira caindo era espetacular e bastante calmo. Via os pássaros passando em minha frente e alguns deles até paravam perto de mim como se estivessem dizendo um “olá”.
A mata virgem balançava de um lado para o outro e nem havia vento. Era um balé fantástico como se fosse os pássaros em migração. Eu olhava para baixo e via que a terra e a grama estavam se movendo de um lado para o outro e para cima e para baixo como se estivem respirando. Eu me sentia parte daquilo tudo. Fixava meu olhar no horizonte não vendo nada, mas ao mesmo tempo via tudo. As nuvens tinham formas de animais e as árvores também. O sol já não me queimava e não me incomodava. Eu ficava brincando com a minha respiração e a natureza respirava junto comigo. Era tudo lindo e maravilhoso.
Eu não conseguia fechar os olhos, pois o que eu estava vendo e sentindo eu queria continuar sentindo para a vida toda. Todas aquelas cores vivas e aquele movimento estavam me deixando totalmente calmo e em êxtase.
Passado uma hora mais ou menos eu me levantei e fui fazer uma caminhada em volta de minha casa. Sentia que as plantas estavam falando comigo. A cada passo que eu dava eu parava para admirar a beleza de tudo aquilo que eu estava vendo. Eu estava muito feliz e dançando o tempo todo, mesmo que não houvesse nenhuma música tocando. Eu estava dançando a música do universo.
No meio desta viagem eu me deparei com um monte de flores que minha esposa cuida e comecei a ter uns pensamentos meio que diferente. Eu comecei a pensar que eu era um idiota e não conseguia ver e sentir tudo aquilo que eu estava sentindo, no dia-a-dia. Eu não via toda aquela beleza num dia normal e precisei de usar uma substância para ter aquelas visões e sentimentos. Me senti um inútil por um momento. Um besta.
Nesta hora, eu comecei a alisar as plantas e fazer carinho nelas. Comecei, literalmente, a conversar com elas. Eu pedi DESCULPA por eu ser quem sou e pedi PERDÃO se eu fiz alguma coisa de ruim que as prejudicaram. Eu disse para elas que eu jamais seria o mesmo a partir daquele momento e que eu dedicaria totalmente a minha vida para cuidar delas e preservar toda a natureza. Comecei a chorar perto delas e deixei cair uma lágrima em cima delas e disse que eu cuidaria de todas as coisas da natureza com todo o meu amor.
Após aquele momento de pura sensibilidade, eu me senti muito mais feliz e realizado. Senti que fiz o que tinha que ser feito, senti o que tinha que ser sentido e vi o que era preciso ser visto. Continuei caminhando pelo jardim e me deitei na grama e fiquei olhando para cima. Não estava focando em nada, mas estava vendo tudo.
Não dá para escrever em palavras tudo o que eu vi e senti naquele momento. Foi tudo lindo, maravilhoso e intenso. Mais de 4 horas da mais pura e satisfatória sensação de minha vida.
Após aquele momento, tudo em minha vida fez muito mais sentido. Eu sou parte do TODO. Eu sou parte da NATUREZA. Eu faço parte do UNIVERSO.